segunda-feira, 1 de março de 2010

A viagem da Língua Portuguesa pelo Mundo


O português é a língua oficial de mais de 188 milhões de pessoas (1992). Os oito países que têm o português como a língua oficial são chamados de lusófonos. E, apesar da incorporação de vocábulos nativos, de certas particularidades de sintaxe, pronúncia e grafia, a língua portuguesa mantém uma unidade em Angola; Brasil; Cabo-Verde; Guiné-Bissau; Moçambique; Portugal; São Tomé e Príncipe e Timor Leste e nas regiões de Macau; Goa, Damão e Diu e Galiza.
O PORTUGUÊS é a língua que os portugueses, os brasileiros, muitos africanos e alguns asiáticos aprendem no berço, reconhecem como património nacional e utilizam como instrumento de comunicação, quer dentro da sua comunidade, quer no relacionamento com as outras comunidades lusofalantes.
Esta língua não dispõe de um território contínuo (mas de vastos territórios separados, em vários continentes) e não é privativa de uma comunidade (mas é sentida como sua, por igual, em comunidades distanciadas). Por isso, apresenta grande diversidade interna, consoante as regiões e os grupos que a usam. Mas, também por isso, é uma das principais línguas internacionais do mundo.
É possível ter percepções diferentes quanto à unidade ou diversidade internas do português, conforme a perspectiva do observador.
Quem se concentrar na língua dos escritores e da escola, colherá uma sensação de unidade.Quem comparar a língua falada de duas regiões (dialectos) ou grupos sociais (sociolectos) não escapará a uma sensação de diversidade, até mesmo de divisão.
UnidadeUma língua de cultura como a nossa, portadora de longa história, que serve de matéria prima e é produto de diversas literaturas, instrumento de afirmação mundial de diversas sociedades, não se esgota na descrição do seu sistema linguístico: uma língua como esta vive na história, na sociedade e no mundo.
Tem uma existência que é motivada e condicionada pelos grandes movimentos humanos e, imediatamente, pela existência dos grupos que a falam.
Significa isto que o português falado em Portugal, no Brasil e em África pode continuar a ser sentido como uma única língua enquanto os povos dos vários países lusofalantes sentirem necessidade de laços que os unam. A língua é, porventura, o mais poderoso desses laços.Diz, a este respeito, o linguista português Eduardo Paiva Raposo:
A realidade da noção de língua portuguesa, aquilo que lhe dá uma dimensão qualitativa para além de um mero estatuto de repositório de variantes, pertence, mais do que ao domínio linguístico, ao domínio da história, da cultura e, em última instância, da política. Na medida em que a percepção destas realidades for variando com o decorrer dos tempos e das gerações, será certamente de esperar, concomitantemente, que a extensão da noção de língua portuguesa varie também.
[Algumas observações sobre a noção de "língua portuguesa", Boletim de Filologia, 29, 1984, 592]
DiversidadeA diversidade linguística que o português apresenta através do seu enorme espaço pluricontinental é, inevitavelmente, muito grande e certamente vai aumentar com o tempo.Os linguistas acham-se divididos a esse respeito: alguns acham que, já neste momento, o português de Portugal (PE) e o português do Brasil (PB) são línguas diferentes; outros acham que constituem variedades bastante distanciadas dentro de uma mesma língua.
http://cvc.instituto-camoes.pt/hlp/brevesum/index.html

O PORTUGUÊS EM ANGOLA

A língua portuguesa poderá servir como centro identitário comum a todas as divisões e diferenças que existem em Angola. A tese foi defendida por Luísa Coelho, leitora do Instituto Camões em Luanda, durante uma conferência com o tema Ficções Angolanas, realizadas a 5 e 6 de Novembro na Universidade do Botswana.
Luísa Coelho observou que a identidade angolana contemporânea se encontra extremamente dividida, não só por etnias, pela oposição entre cidade e campo e pela pertença dos sujeitos a três diferentes partidos políticos, como também pelas grandes mudanças que se estão a operar no país.
Uma das conclusões a que a investigadora chegou é que a língua portuguesa poderá servir como um centro identitário comum a todas as divisões e diferenças que se estão a verificar naquele país da costa ocidental africana, independente desde 1975 e que viveu em guerra civil até 2002.


http://www.instituto-camoes.pt/botswana/lingua-portuguesa-como-centro-identitario-em-angola.html


REFLEXÃO PESSOAL
Angola é composta por 18 províncias: Huambo, Huíla, Luanda, Malange, Lunda-Sul Lunda-Norte, Moxico, Namibe, Uíge, Zaire Bengo, Benguela, Bié, Cabinda, Kuando-Kubango, Kwanza-norte, Kwanza-sul, Cunene. O português é a única língua oficial que se fala nesse país para além de numerosos dialectos que Angola possui, mais de vinte línguas nacionais. A língua mais falada, por 26% de angolanos, é o Umbundo, falado na região centro-sul de Angola e em muitos meios urbanos. O Quimbundo é a terceira língua nacional mais falada (20%), na zona central-norte, no eixo de Luanda Malange e no Kwanza sul. É uma língua com grande relevância, por ser a língua da capital e do antigo reino do N'gola. Foi este dialecto que deu muito vocabulário à língua Portuguesa. Quando foi colonizada no século XV, por Diogo Cão, escolheu a sua capital a cidade de Luanda. O Quicongo é falado no norte do (Uíge e Zaire) era o dialecto do antigo reino do Congo. Ainda nesta região, na província de Cabinda, fala-se o Fiote ou Ibinda, e o Chocué é o dialecto do leste, sobreposto a outras zonas leste e a que teve maior expansão pelo território de Angola.
Desde Luanda norte ao Quando Cubango temos os Cuanhama Mukuankalas. Os Bantus eram povos nómadas que praticavam a pesca e a agropecuária para sobreviverem a sua língua, e hábitos tradições originaram cerca de 200 dialectos, falados actualmente em algumas províncias de Angola. No sul, os bosquímanos são homens e mulheres muito altos e mestiçados, falam por meio de estalinhos. Esses não aceitaram muito a civilização Europeia, vivem no mundo deles e dedicam-se à pesca, ao gado à agricultura e caça.
Embora as línguas nacionais sejam as línguas maternas de maioria da população, o português é a primeira língua da população Angolana, falada nas províncias. 60% dos angolanos, afirmam usá-la como primeira língua. A união dos escritores angolanos, em Dezembro de 1975 um mês depois da independência o Dr. Agostinho Neto fez um famoso discurso, no qual dizia que era necessário ser a única língua nacional e continuar a ser veiculada e utilizada actualmente na nossa literatura o português tanto no ensino primário, como ensino médio, e superior.
Existem laços muito fortes que fazem com que Portugal nunca esqueça África, nem África esqueça Portugal porque ele foi “a mãe” que viu os seus filhos a dar os primeiros passos no seu desenvolvimento e na cultura, deixando-nos uma língua bonita de que eu gosto e respeito.

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